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Expectativa entre proprietários de transporte escolar é pela retomada das aulas

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)
Garagens estão cheias de veículos parados

Garagem cheia é sinal de que os veículos não estão rodando. E é assim, parados, que estão a maioria das vans e ônibus escolares de Santa Maria. Agora, a expectativa é pela retomada das aulas presenciais, o que deve acontecer ainda em fevereiro. Sem transportar estudantes desde março de 2020, quando a pandemia forçou o cancelamento das atividades em salas de aula, os prestadores do serviço acumulam prejuízos, e há quem tenha largado de vez o ramo.


- Tem muitos colegas que abandonaram. Tem outros que perderam van, que não conseguiram trabalhar. Tem muitos que se reinventaram com outro tipo de serviço. Tem muitos que estão deixando em segundo plano, com outro emprego fixo - relata Maurício Paim, motorista e membro dos Condutores de Transporte Escolar de Santa Maria (CTESM), organização que reúne proprietários de veículos do ramo.

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Para aqueles que prestavam o serviço particular, o ano foi de ganho praticamente zero. Há quem tenha conseguido se manter com a compreensão de pais de estudantes, como é o caso de Altemar Razeira, proprietário da Empresa Transportes Razeira. Ele presta o serviço de transporte para estudantes do Colégio Militar e, durante 2020, a maioria dos pais manteve os contratos em dia, mesmo que com descontos que ultrapassaram os 50%. A empresa também presta serviço de transporte de estudantes para a prefeitura, o que ajudou a segurar as finanças da empresa, já que alguns veículos rodaram durante o ano letivo para a entrega de materiais nas casas do estudantes.

- Nós praticamente trabalhamos com a frota parada. Nos dias que tinha atividades, usávamos, na média, de 30% a 40% da frota. Mantivemos o quadro operacional integral até outubro, mas a partir de novembro tivemos que fazer algumas demissões - relata Razeira.

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Foto: Anselmo Cunha (Especial)
Altemar Razeira critica a falta de apoio do Estado

A crítica de Razeira, que é compartilhada por boa parte dos trabalhadores do ramo, está no descaso do governo estadual com o setor, que não teria prestado apoio às empresas ou subsidiado custos ou impostos. Para ele, o Estado "virou às costas" para o setor de transporte escolar.

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A expectativa dos trabalhadores do setor é, agora, pela retomada das aulas. O retorno será sob novos moldes, que ainda são discutidos pela categoria. Com o modelo híbrido das escolas, de forma que alunos não irão para a sala em todos os dias da semana, o fluxo de passageiros será menor.

- Para se ter um bom caixa do dia ou do mês, com fluxo normal, precisa ter quase lotação completa. No momento que cai a lotação, acaba se pagando mais custos do que se recebe, acaba subsidiando o transporte. A gente paga para trabalhar - comenta o proprietário de van escolar Clóvis Pereira, de 49 anos.

Ele descarta aumentar o preço do serviço, para não perder clientes e por entender que as dificuldades financeiras causadas pela pandemia afetaram a todos. Os preços praticados devem ser semelhantes aos de 2019, e os proprietários vão ter que arcar com a defasagem.

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Por conta da pandemia, medidas sanitárias serão adotadas dentro dos veículos. Um exemplo de como vai funcionar o serviço nos próximos meses é dado por Razeira. Ele faz o transporte de estudantes do Colégio Militar, que retomou as aulas no fim de janeiro.

- A higienização dos veículos é constante. A cada viagem que o veículo faz e vai para a garagem, ele é higienizado. Dentro do veículo, ninguém entra sem máscara. Os motoristas também dispõe de álcool 70% ou álcool gel - relata Razeira.

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Mesmo mantendo alguns veículos da frota rodando durante 2020, a situação da empresa é crítica. Caso as aulas presenciais não retornem em breve, há o temor do fim das condições para que a empresa siga funcionando, como aconteceu com vários de seus colegas de profissão.

* colaborou Felipe Backes

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